jornal Valor Econômico 21/12/2010 - Jacilio Saraiva
Para evitar possíveis panes por conta do pico de compras no período do Natal, quando o volume de transações diárias pode aumentar em até 100 vezes, empresas como Cielo e Redecard reforçaram o investimento em pessoal e parcerias com operadoras de telecomunicações. "O risco de repetir as falhas do Natal passado ficou menor", analisa Vandilson Graciose, executivo da consultoria Stefanini IT Solutions. "Com o fim da exclusividade no mercado de cartões, se houver alguma falha para finalizar a venda, basta o lojista usar outro terminal", diz.
Para o consultor, as companhias estão preparadas para processar um grande volume de negócios, "mas o risco sempre existe", diz. Nos períodos que antecedem um maior volume de vendas, Graciose recomenda que as empresas não implantem nenhum novo sistema que ameace a performance e a estabilidade das transações. Outra ação preventiva é o uso de salas de monitoramento para controlar o parque de máquinas das companhias.
Neste final de ano, a expectativa da Redecard é que as vendas no varejo sejam 10% superiores a 2009. "Estamos preparados para suportar um movimento cinco vezes maior que esse", explica Alessandro Raposo, diretor executivo da Redecard. Este ano, a empresa investiu de R$ 200 milhões em tecnologia, além da introdução de sete novas bandeiras em suas máquinas. A Cielo, por sua vez, mantém, desde novembro, uma equipe de plantão com 50 pessoas treinadas para situações de crise. Também costurou parcerias com operadoras de telefonia para aumentar a capacidade técnica para tender um grande volume de transações simultâneas.
Segundo Álvaro Musa, presidente da consultoria Partner Conhecimento, o congestionamento das operações no ano passado aconteceu por conta de falhas técnicas, inclusive das empresas de telecomunicações, "o que não quer dizer que todos não precisem se prevenir", avisa.
Além da prevenção de falhas, as companhias se armam contra as fraudes. Segundo especialistas, o uso do chip nos plásticos evita a clonagem. Com a adoção do chip, utilizado em 70% da base de cartões no Brasil, as tentativas de mau uso estão migrando para as operações que dispensam a presença física do consumidor, como no comércio on-line. Para combater os crimes, companhias de TI e do setor financeiro utilizam sistemas que analisam o comportamento de consumo dos usuários. Em 2009, a ferramenta evitou fraudes avaliadas em mais de R$ 100 milhões.
Pesquisa feita em 28 países pela Trustwave, empresa de segurança de dados, revela que os hotéis são o principal foco de fraudes com cartões de crédito, por conta de reservas feitas por e-mail ou formulários eletrônicos sem proteção. A vulnerabilidade do segmento corresponde a 38% dos incidentes, contra 13% dos restaurantes.
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