20 de dez. de 2010

A EVOLUÇÃO CONSTANTE DOS MEIOS ELETRÔNICOS DE PAGAMENTO

portal Monitor Mercantil 17/12/2010

O setor de meios eletrônicos de pagamento deve crescer 20% no próximo ano, taxa que vem se mantendo constante ao longo dos últimos seis anos. A projeção é da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), ao informar que o faturamento projetado da indústria é de R$ 642 bilhões e as transações somarão 8 bilhões.

"O ano de 2010 é um divisor de águas para a indústria de cartões. Os números são extremamente robustos e a perspectiva é de que o crescimento continue", declarou o presidente da Abecs, Paulo Rogério Caffarelli, durante encontro com jornalistas nesta sexta-feira.

Neste ano, a perspectiva é de que o número de transações encerre em 7,1 bilhões e o volume financeiro atinja R$ 534 bilhões, crescimento de 21,2% na comparação com 2009. Considerando somente os cartões de crédito, as transações devem somar 2,9 bilhões este ano, com volume de R$ 310,5 bilhões.

Em relação ao número de plásticos, a perspectiva é de que o mercado brasileiro atinja 628 milhões de cartões, dos quais 154 milhões são de crédito e 225 milhões emitidos por redes de varejos e lojistas. Ao todo, são 1,7 milhão de estabelecimentos comerciais que aceitam cartão no Brasil. O país conta com 38 bancos emissores.

Dezembro

Somente neste mês, o movimento deve atingir R$ 63 bilhões, crescimento de 30% em relação a novembro e de 20,5% ante dezembro do ano passado. A perspectiva está em linha com o crescimento das vendas do varejo, que projeta o melhor Natal da década.
Este mês, o gasto médio por cartão de crédito deve ser de R$ 224, bem acima da média de R$ 181 registrada em meses anteriores. Somente os cartões de crédito devem movimentar R$ 34,3 bilhões, incremento de 25% na comparação com novembro e de 19%, em relação ao mesmo período do ano passado.

2015: 1 bilhão

Para 2015, a projeção da Abecs é de que o Brasil conte com quase 1 bilhão de cartões, que deverão realizar 15 bilhões de transações, num volume total de R$ 1,3 trilhão. O forte crescimento projetado está relacionado ao aumento do número de usuários. Nos últimos anos a indústria já vem registrado taxas de crescimento de dois dígitos.

Entre os anos 2000 e 2009, o volume movimentado por compras realizadas com cartão no Brasil evoluiu a uma média anual de 23% e o número de cartões praticamente quintuplicou, passando de 118 milhões em 2000 para 565 milhões em 2009. No início da década, foram realizadas 1,1 bilhão de transações no ano 2000, o equivalente a R$ 65,7 bilhões de volume transacionado naquele ano.

Aumento de renda

De acordo com Caffarelli, um dos grandes impulsionadores da indústria de cartões é o aumento da renda, principalmente da classe C, e a substituição de meios de pagamentos tradicionais, como dinheiro e cheque.

Ele lembrou os 30 milhões de brasileiros que passaram a consumir e, neste sentido, o cartão de crédito tem um papel importante na bancarização da população, que ainda não tem acesso ao crédito. "Muitas pessoas não têm conta corrente, mas possuem cartão", destacou.

Regulação

Durante o evento, Caffarelli destacou que diante do aumento da importância do setor, a tendência é de que haja um aumento da regulação, mas evitou dar previsões sobre quando isso deve ocorrer. Ele lembrou que o Banco Central é o órgão fiscalizador das emissoras e credenciadoras de cartões (compensação e liquidação). "O que pode ocorrer daqui para a frente é caminharmos para uma maior regulação do mercado", destacou o presidente da Abecs, ao complementar que a entidade é favorável a esta iniciativa.

Recentemente, o governo anunciou algumas medidas regulatórias para o setor, como a padronização das tarifas dos cartões, a transparência sobre cobrança de taxas de juros sobre o crédito rotativo, o pagamento mínimo da fatura e a proibição de envio de cartões sem solicitação prévia do consumidor, dentre outras medidas em benefício do consumidor e do mercado.

Nenhum comentário: