20 de dez. de 2010

CONSUMO COM CARTÃO DAS LOJAS

jornal Diário de Pernambuco 19/12/2010 - Mirella Falcão

O conceito de private label surgiu no Brasil, na década de 1970. Extintos varejistas como Mappin e Mesbla foram os primeiros a distribuí-los no mercado. Originalmente, esses plásticos se diferenciavam dos tradicionais cartões de crédito porque eram emitidos a clientes de uma determinada loja para servir como meio de pagamento apenas naquele estabelecimento. Hoje, esses cartões customizados estão dando lugar a um formato híbrido, que leva tanto a marca dos varejistas como a de grandes bandeiras, podendo assim ser utilizado em todo o comércio.

A carteira da funcionária pública Selma de Souza, 37 anos, está abarrotada de cartões de loja. ´Eles me ofereceram e eu fui aceitando`, comenta ela. A vantagem do private label, para a consumidora, é a ampliação do crédito. ´Não prende o limite do cartão.`

Com uma linha de crédito pré-aprovada ao cliente para aquisição de bens ou serviços dentro de uma específica rede de estabelecimentos, como supermercados, lojas de departamento, vestuário e farmácias, os cartões de loja viveram um boom no país. De 2005 a 2007, o crescimento dos plásticos private label superou 20% ao ano tanto em unidades como em faturamento, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

´A explosão nos últimos dez anos foi motivada, em parte, pela novidade do crédito parcelado para clientes que não tinham acesso a esse tipo de serviço, pessoas que não possuíam conta em banco ou cartão de crédito`, explica José Alípio dos Santos, superintendente da Abesc. Em 2010, os plásticos customizados devem gerar um faturamento de R$ 68 bilhões. A previsão é alcançar um volume de R$ 125 bilhões em operações em 2015. ´Isso daria um crescimento de 13% ao ano`, calcula Santos. O avanço no segmento de cartões de loja deve vir pela migração do formato private label puro para o co-brand, em que o plástico também possui uma bandeira como Master ou Visa, o que permite a utilização em todo o comércio.

O cartão híbrido, por exemplo, éa preferência da funcionária pública Selma de Souza. ´Posso usar em qualquer outra loja`, diz ela. Outra vantagem do co-brand é a possibilidade de efetuar o pagamento em qualquer rede bancária. ´Com os outros cartões, a gente tem que ir na loja para pagar a fatura`, comenta ela.

A Jurandir Pires é um dos varejistas que migrou para o formato híbrido. ´Cerca de 50% dos 5 mil clientes cadastrados no nosso antigo cartão estavam inativos. Um mês depois do lançamento com a bandeira Mastercard, já emitimos 1,1 mil novos cartões. Ou seja, 20% mais do que a gente havia consolidado em cinco anos`, compara Cláudio Paiva, gerente financeiro da Jurandir Pires. A meta é alcançar 10 mil unidades em 2011. Para tornar o produto ainda mais atrativo, a loja vai lançar um programa de pontos para estimular o uso do cartão.

Nenhum comentário: