10 de dez. de 2010

CIELO ESPERA RESULTADO MAIS FRACO COM COMPETIÇÃO

portal Valor Online 09/12/2010 - Adriana Cotias

Pressionada pelo aumento da competição na captura de transações de crédito e débito, a Cielo vai apresentar no quarto trimestre resultados piores do que previa.

Em encontro com analistas e investidores, o presidente da empresa, Rômulo Dias, comentou que os maus números esperados para o período de maior uso dos meios eletrônicos de pagamentos advêm das renegociações com as grandes redes de varejo.

Isso acabou jogando para baixo a taxa líquida de desconto, a tarifa por transação cobrada dos estabelecimentos comerciais, excluindo-se a fatia que vai para os bancos emissores.

Parte desse impacto também será sentido no primeiro trimestre de 2011, porque alguns varejistas, temendo mudanças na época do Natal, período mais intenso de vendas, adiaram a mudança para o começo do ano que vem.

Dos 15 mil grandes clientes que tem no portfólio, a maioria já renegociou preços. “Grandes redes já migraram no terceiro trimestre, mas muita gente deve fazer o movimento depois”, afirma Dias. “Boa parte desse movimento já se refletiu nos números, mas há uma parcela para o primeiro trimestre de 2011.” O embate tem sido duro com a principal concorrente, a Redecard, e isso tem achatado as principais linhas de receitas da Cielo.

Enquanto nos grandes varejistas, a disputa em preço é pela taxa de desconto para transações de maior escala, nos pequenos estabelecimentos comerciais, que oferecem a melhor rentabilidade, são as rendas de aluguel de POS (a maquininha de captura) que têm sido comprometidas com a liberdade do lojista de receber as principais bandeiras numa única rede.

Para se ter uma ideia, do segundo para o terceiro trimestre, a receita de aluguel caiu 2,8%, a R$ 295,7 milhões, mas ainda sim cresceu 10,3% na comparação com igual intervalo do ano passado. De lá para cá, a base de lojistas ativos aumentou 3,5%, a 1,147 milhão.

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