18 de set. de 2011

TRANSAMERICA APOSTA NA CLASSE C PARA TRIPLICAR SEUS NEGÓCIOS

jornal DCI 14/09/2011 – Ernani Fagundes

A Transamerica Affinity, subsidiária brasileira da multinacional holandesa do ramo de seguros e investimentos Aegon Companies, triplicou de tamanho no último ano no Brasil e pretende faturar R$ 100 milhões até 2014 ofertando seguros para a classe C, a nova classe média brasileira.

"A entrada de 40 milhões de consumidores na classe C e de outros 9 milhões de pessoas nas classes A e B evidencia o potencial de clientes que vão demandar seguros nos próximos anos", afirma o diretor presidente da Transamerica Affinity no Brasil, Ricardo Braga de Andrade.

De acordo com ele, a subsidiária brasileira que reporta resultados para a Transamerica Affinity de San Francisco, nos Estados Unidos, conquistou 50 mil clientes em 2010 e deve fechar o ano de 2011 com 150 mil novos clientes, num total de 200 mil consumidores atingidos de uma base prospectada de 3 milhões de pessoas.

"Nossa base para contato abrange 15 milhões de pessoas que podemos acessar por telemarketing para celular, sms, Internet e e-mail marketing", informou o diretor-presidente.

Ele explicou que a base de dados é proveniente de três parceiros principais: Citibank Credicard, Grupo Abril e Reader's Digest. "Oferecemos todos os tipos de seguros massificados, mas o carro chefe é o seguro odontológico, seguido pelo seguro de acidentes pessoais", detalhou Braga.

No Brasil, a companhia atua com 300 funcionários diretos e indiretos e distribui seguros da Zurich, Chartis, Metlife, ACE Seguros, Allianz e Tokio Marine.

A atividade da Transamerica Affinity é independente da Mongeral, seguradora adquirida pelo grupo Aegon no Brasil em 2008.

Na prática, embora a Transamerica Affinity seja uma empresa de tecnologia e marketing direto, ela é licenciada no mercado nacional para atuar como uma corretora de seguros. "Nossa plataforma é para atender multiparceiros, multicanais [seguradoras e instituições financeiras] com multiprodutos", descreveu.

"A principal característica da companhia é que tomamos o risco financeiro que pode até ser maior que o risco de sinistro tomado pelas seguradoras e somos remunerados na proporção do sucesso de vendas", completou.

No Brasil, a Transamerica comercializa seguros de saúde, planos odontológicos, seguros de vida, educacional, viagem, residencial, garantia estendida, perda e roubo de cartão de crédito e roubo e furto de celular.

A subsidiária também oferece produtos de capitalização da Icatu e da Sul América, e produtos de assistência da Ike, e de assistência odontológica da Tempo.

Já a multinacional Aegon atua em 20 países na Europa, na América e na Ásia e faturou US$ 2,4 bilhões em 2010. A divisão Transamerica vendeu 5,8 milhões de apólices em 2010, sendo 1,8 milhões de apólices vendidas através de serviços de telemarketing.

"No Brasil, a proporção é de 80% das vendas por telemarketing individualizado", revelou o executivo da subsidiária.

Segundo Ricardo Braga, a plataforma Affinity Customers Analytics, de metodologia analítica própria, relaciona dados primários e secundários das pesquisas dos parceiros e combina com a aplicação de modelos preditivos para oferecer os produtos.

"Não usamos o telemarketing convencional, conhecemos o perfil do consumidor para oferecer o produto que ele precisa", argumentou o executivo. Nos países em atua, a companhia possui 14,2 milhões de clientes e pagou quase US$ 10 bilhões em sinistros em 2010.

Entre as estratégias que a subsidiária vai utilizar no Brasil para conquistar seus novos clientes estão campanhas específicas para internet, redes sociais e mídias digitais. "Temos estudos que mostram que o público alvo mudou. Há um aumento da faixa etária e de mais consumidores do sexo feminino", afirma.

Na avaliação de Braga, também há atenção para o crescimento econômico forte das regiões nordeste, centro oeste e norte. Ele exibiu estudo que prevê que o mercado segurador no Brasil deve crescer 12% em 2011 com faturamento de R$ 200 bilhões, cerca de 5% do PIB.

"O ritmo médio de crescimento de 12% ao ano deve se manter até 2015", concluiu Braga.

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