redação Serfinco 14/03/2011
O consumo continua sendo um dos motores da economia portenha mas, com a inflação, gradualmente vai perdendo o gás. É o que já está refletindo no negócio de cartões de crédito. Depois de crescer em dezembro e janeiro a altas taxas (quase 50% ao ano), várias fontes da indústria sentiram uma queda em torno de 10 pontos em fevereiro, com o crescimento caindo para 40% a.a.
Martin Lang, presidente da MasterCard Argentina, lembra que há também um efeito sazonal, "Depois das férias, as pessoas se conscientizem dos abusos e adotam uma atitude mais prudente no consumo".
Graças à combinação de promoções agressivas e parcelamentos sem juros, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, os emissores de cartão de crédito usufruíram de forte crescimento no consumo feito através do plástico. A indústria continua otimista, acreditando que a queda é fruto de fator sazonal. Alejandro Asrin, diretor da Tarjeta Naranja, líder em cartões no interior do país - com quase 40% de market share, não acredita em um freio no crescimento mas apenas em uma taxa de crescimento mais comedida. Na sua empresa, o consumo vem registrando acréscimos entre 38% e 40% ao ano, contra quase 50% em dezembro e janeiro.
Enquanto os emissores não falam abertamente nos efeitos da inflação, vários bancos consultados pelo jornal La Nacion atribuem a desaceleração do consumo a este fator. A situação, no entanto, deve ser revertida em breve. Entre março e abril, a maioria dos grandes sindicatos deve negociar abonos. De acordo com relatos recentes, as exigências de aumentos estariam em 30% ou mais, dependendo do setor.
Em geral, o consumo através do cartão está concentrado em combustível e supermercado, sendo seguido por, vestuário e eletrodomésticos, entre outros itens.
Nos supermercados, a desaceleração das compras ainda não foi sentida e os negócios de cartões de débito se mantiveram estáveis em fevereiro, com uma taxa de crescimento superior a 50% ao ano.
Em setembro de 2010, últimos dados disponíveis do Banco Central (BCRA) no mercado argentino, o número de cartões de crédito emitidos estava em 21,6 milhões, quase um milhão e meio acima da posição de dezembro de 2009. O número de cartões de débito chegou a 19,4 milhões, quase meio milhão acima da base no final de 2009. Em 18 de fevereiro passado, o Banco Central divulgou que o financiamento do setor privado com cartão de crédito elevou-se a 27,917 bilhões de pesos (em torno de US$ 6,9 bilhões).
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