24 de ago. de 2011

VAREJO APERTA CRÉDITO TEMENDO INCERTEZAS

jornal Brasil Econômico 22082011 – Cintia Esteves

Os varejistas estão mais seletivos na concessão de crédito. Embora as empresas tenham registrado crescimento de vendas no Dia dos Pais, ainda há uma incerteza de como o mercado vai se comportar nos próximos meses devido à crise internacional. Na varejista Salfer, os funcionários do departamento de crédito receberam instruções para serem mais cuidadosos na aprovação das vendas a prazo.

“Estamos exigindo mais informações sobre o cliente. A análise das últimas compras dele bem como o tempo de emprego também estão sendo analisados com mais cuidado”, diz Vanderley Gonçalves, presidente da varejista. O empresário também decidiu incentivar as vendas com menor número de parcelas. “Dividimos as compras em até 24 vezes, mas de acordo com o perfil do cliente, preferimos que ele realize o pagamento em 20 parcelas”, diz.

Apesar das medidas, o empresário afirma que ainda é cedo para se ter certeza de como a crise internacional pode interferir nas vendas do comércio. “Vamos esperar o balanço de agosto para entendermos melhor o comportamento do mercado”, diz Gonçalves. Assim como seu concorrente, a Gazin também está tomando algumas medidas. “Estamos mais rigorosos na análise das vendas”, diz Eduardo Bergamaschi, gerente de compras da rede.

Vendas

O faturamento das vendas no comércio varejista da região metropolitana de São Paulo encerrou o primeiro semestre do ano com queda de 0,3%, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Para a entidade, as medidas macro prudenciais do governo conseguiram atingir o objetivo de redução do consumo. “O crédito disponível foi reduzido, os juros ao consumidor subiram seis pontos porcentuais e o crescimento contínuo da economia brasileira, tão almejado, foi cortado pela raiz”, informou a Fecormercio.

No primeiro semestre, somente três segmentos do comércio de lojas físicas apresentam vendas positivas. A receita das lojas de vestuário, tecidos e calçados registraram alta de 4%, enquanto os supermercados alcançaram crescimento de 1,5% e o comércio de veículos automotivos tiveram um incremento de 3,1%. As vendas pela internet cresceram 15,7% no período.

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