29 de ago. de 2011

DESPESAS OPERACIONAIS PESAM NO RESULTADO DO TRIBANCO NO SEMESTRE

jornal Valor Econômico 24/08/2011 - Aline Lima

O Tribanco, braço financeiro do grupo atacadista Martins, apresentou lucro líquido de R$ 19,77 milhões no primeiro semestre, queda de 16,4% na comparação com igual período de 2010. As despesas de pessoal e administrativas, que juntas somaram R$ 98,087 milhões, pesaram no resultado.

João Ayres Rabello Filho, presidente do Tribanco, explica que a instituição vem investindo forte em tecnologia e em novos profissionais com o objetivo de preparar o banco para um crescimento sustentável mais à frente.

Foram contratados, no primeiro semestre, 50 funcionários, sendo 30 gerentes comerciais. Dentre os investimentos em tecnologia, somente a migração da base de 3 milhões de cartões Tricard para a processadora CSU CardSystem custou R$ 10 milhões. "Agora, em compensação, poderemos lançar cartões com bandeira, não só private label [de loja]", ressalta o executivo. Outros R$ 8 milhões foram direcionados ao aprimoramento de controles de risco do banco.

A seletividade na oferta de crédito, aliás, foi a tônica dos negócios do Tribanco no primeiro semestre. A carteira de crédito encerrou junho com R$ 1,351 bilhões, crescimento tímido de 6,8% ante o primeiro semestre do ano passado. No segmento de pessoa jurídica, que responde pela maior parte dos ativos (R$ 1,182 bilhão), Rabello Filho conta que reduziu a alavancagem em operações com lastro em recebíveis. Além disso, alguns antigos clientes do Martins passaram a ser financiados diretamente pelo grupo varejista. O reflexo da decisão foi uma redução dos ativos da modalidade "vendor" de R$ 195,43 milhões, em junho de 2010, para R$ 132,24 milhões em junho de 2011.

A maior preocupação do Tribanco em termos de inadimplência, no entanto, recaía sobre o segmento de pessoa física. "Diminuímos essa carteira deliberadamente", conta Rabello Filho. Foram revisados os limites de financiamento no cartão de vários clientes. O total de "compras a faturar" nos cartões private label caiu de R$ 117 milhões em junho de 2010 para R$ 110 milhões em junho de 2011.

Por outro lado, a revisão dos juros cobrados nos financiamentos fez com que as receitas com operações de crédito subisse 17,2%, para R$ 190,5 milhões.

A expectativa de Rabello Filho é de crescimento mais acelerado da oferta de crédito no segundo semestre - em torno de 10% na comparação com o primeiro semestre. A ideia é fechar 2011 com uma carteira de R$ 1,5 bilhão.

A inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,8% na pessoa jurídica e em torno de 5% na física.

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