29 de ago. de 2011

CRESCE PERCENTUAL DE CONSUMIDORES ENDIVIDADOS

jornal Diário do Grande ABC 24/08/2011 - Pedro Souza

O endividamento das famílias brasileiras aumentou em agosto frente ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 62,5% dos consumidores afirmam ter dívidas. No ano passado, o percentual era de 59,1%.
Apesar do maior resultado sobre o endividamento, os débitos ou contas em atraso tiveram redução na mesma comparação temporal. O percentual de consumidores que declararam manter faturas atrasadas caiu de 24,7% para 24,4%. E o grupo que assumiu não ter condições de liquidar os débitos diminuiu de 8,8% para 8,2%. Para chegar ao resultado, a CNC realizou pesquisa com 18 mil participantes em todas as capitais e Brasília.

CARTÃO - No grupo de consumidores que declararam ter dívidas, o cartão de crédito é a modalidade mais citada. Segundo o levantamento, 72,8% dessas pessoas possuem débitos por meio do plástico, resultado superior aos 71,9% registrados em agosto de 2010.

A economista e responsável pela pesquisa, Marianne Hanson, atribuiu o alto percentual de dívidas à facilidade de tomar crédito com o cartão.

"Temos visto aumento de bancarização nos últimos anos. Mais pessoas têm acesso ao cartão de crédito. E elas acabam utilizando-o por causa, principalmente, de duas características, o parcelamento das compras e a entrada no crédito rotativo, quando não conseguem pagar todas as suas contas", explicou Marianne.

CUIDADOS - O professor do Laboratório de Finanças da FIA Keyler Carvalho Rocha orientou que o consumidor tenha cuidado na hora de utilizar o plástico. "O fato de ter o cartão estimula o consumo. É preciso ter disciplina e não gastar mais do que precisa."

Ele destacou que a facilidade de entrar no rotativo acarreta altos juros, que podem se transformar em bola de neve, tendo em vista que essas taxas são, em média, de 10,69% ao mês.

Maioria tem conta atrasada há mais de 90 dias

Dentre os endividados que assumiram ter contas em atraso, a maioria afirmou que as dívidas venceram há mais de 90 dias, revelou a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O percentual é de 37,6% em relação ao total.

No grupo dos consumidores cuja renda familiar atinge até dez salários-mínimos e detêm contas atrasadas, o vencimento há mais de 90 dias está na mão de 38,3% dos entrevistados. Já entre as pessoas com faturamento no domicílio maior do que R$ 5.450, apenas 27,7% deixaram as faturas atrasarem por mais de três meses. O tempo médio de atraso desses consumidores é de 57,5 dias.

MESES - As contas dos entrevistados endividados comprometem, em média, 6,9 meses. E a maioria tem dívidas parceladas por mais de um ano, cerca de 29,8% do grupo.

O estudo da CNC aponta que 17,3% dos endividados mantêm débitos para liquidação entre seis meses e um ano.

Outros 24,6% garantiram possuir contas com vencimento previstos para entre três e seis meses. O restante (24,7%) contou que suas contas acabarão em até três meses. E 3,5% não responderam.

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