29 de ago. de 2011

CRÉDITO IMOBILIÁRIO AQUECE CONSUMO NO VAREJO E AMPLIA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS DE FINANCEIRAS

portal Maxpress 24/08/2011 – release Lide Soluções Integradas em Comunicação

Enquanto o financiamento imobiliário bate recordes ano a ano – no primeiro semestre de 2011, de acordo com o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), foram financiados 236,5 mil imóveis, com financiamentos da ordem de R$ 37 bilhões –, as famílias vão às compras para mobiliar a casa nova. A demanda maior refletiu em um aumento de 5,1 % na produção industrial no primeiro trimestre, frente ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No confronto mês a mês, a produção de artigos de mobiliário em junho de 2011 teve acréscimo de 24,5% sobre mesmo mês do ano anterior e os eletrodomésticos da linha branca, que incluem refrigeradores e máquinas de lavar, incremento de 0,8% na produção industrial.

Para Marcelo Ferraz, diretor geral da Credipar, o aumento do crédito imobiliário alavanca a venda de bens de consumo duráveis. "Uma família padrão gasta, em média, 20% do valor do imóvel na hora de mobiliar a casa. Como parte da renda está comprometida com o financiamento de longo prazo, opta-se pela compra parcelada, com prestações que variam entre 12 a 36 meses para adquirir móveis e eletrodomésticos. Estamos atentos às oportunidades desse mercado para concluir novos negócios", relata Ferraz.

A Credipar tem em sua carteira grandes redes varejistas e supermercados e estima que as linhas de crédito abertas para esse setor tenham um incremento de 10% e um aumento no ticket-médio dos financiamentos da ordem de 12%.

Por parte de quem consome, a classe C, que antes sonhava com a casa própria, hoje é responsável por gastos de R$ 20,1 bilhões, de um total estimado em R$ 45 bilhões, com eletrodomésticos e eletrônicos. A explicação para o mercado aquecido é o aumento da renda e do emprego, que nos últimos anos fortaleceu o poder aquisitivo do brasileiro, principalmente dessa classe. Com o mesmo viés, políticas públicas, a exemplo do Bolsa-Família, permitiram a inclusão das classes D e E no mercado de consumo. Juntas, as três classes respondem por dois terços do consumo das famílias, segundo pesquisas do Data Popular, de 2010.

Para compensar a alta dos juros

Apesar de o sistema de crédito pessoal vir se consolidando em um ambiente de estabilidade e crescimento da economia, o aumento dos juros veio como um banho de água fria para as financeiras, que operavam a todo o vapor. Isso, no entanto, teve um contrapeso. "A continuidade da política de crédito imobiliário e as tecnologias de análise de risco hoje disponíveis têm garantido bons negócios à Credipar", destaca Ferraz.

Mesmo com toda a conjuntura internacional desfavorável, que terá impactos na economia brasileira, Marcelo acredita que o varejo vai continuar aquecido no segundo semestre, impulsionado pelo boom imobiliário. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o crédito imobiliário deve alcançar R$ 85 bilhões este ano, acréscimo bastante significativo frente ao registrado em 2006, que foi de R$ 20,3 bilhões. “Temos muito potencial, pois a participação do crédito imobiliário no PIB ainda é muito tímida, muito inferior ao de países como Chile e México e outras economias mais desenvolvidas", diz Ferraz.

Inadimplência e risco

O aumento da inadimplência registrado este ano não tem sido suficiente para intimidar as financeiras. "A concorrência no mercado de crédito é acirrada e isso funciona como um estímulo à concessão, mas temos um sistema financeiro extremamente desenvolvido, o que contribui para a análise rigorosa na hora de considerar riscos e emprestar", explica Ferraz. O aumento dos juros, como freio de mão aos financiamentos, também surtiu pouco efeito em meio a uma população que só agora entra no mercado de consumo e que ainda tem, relativamente, pouco endividamento, se comparado com economias maduras.

"Os reflexos positivos do crédito, ao fomentar o consumo, na economia são inegáveis", argumenta o diretor da Credipar. “O crédito sustentável, que estimula o crescimento, e a população que dele faz uso para melhorar sua qualidade de vida, não podem arcar com o peso de reformas ainda não contempladas pela economia brasileira, como a trabalhista, previdenciária e tributária", diz Ferraz.

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