jornal Brasil Econômico 25/01/2011 – Carolina Pereira
Com 202,9 milhões de celulares, segundo último levantamento da Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel), o mercado de recarga de telefones pré-pagos nunca esteve tão aquecido. Este nicho é o principal negócio da brasileira RV Sistemas, que já alcançou receita líquida de R$ 1 bilhão em 2010 e prevê crescimento de 45% em 2011, quando espera atingir R$ 1,6 bilhão.
O negócio da RV é baseado em um sistema integrado com as operadoras de telefonia celular que fazem recarga de créditos por meio do POS, a máquina que passa os cartões de pagamento. A empresa tem 24 mil varejistas credenciados, na maioria supermercados e farmácias, e quer atingir mais 9 mil em 2011, de acordo com Valmor Bosi, presidente da RV Sistemas. Apesar de Bosi não revelar qual é a porcentagem das transações que fica com a RV, está claro que o negócio está crescendo.
Segundo ele, o aumento da renda das classes C, D e E e o aquecimento do varejo com o aumento do crédito fizeram com que a RV passasse por um momento de "boom" em 2010 e aumentasse o volume de vendas em 30%. A base de clientes cresceu 60%, e o quadro de funcionários aumentou em 20%, chegando hoje a 350.
Para Bosi, apesar do alto número de celulares atingidos no Brasil, ainda há espaço para o negócio crescer, principalmente porque o público de baixa renda tende a adotar telefones com mais de um chip para captar as melhores promoções de cada operadora. A RV tem parceria com as quatro maiores empresas de telefonia móvel do Brasil: Vivo, Tim, Claro e Oi.
Apesar das operadoras Tim, Vivo e Claro não terem divulgado qual é o percentual das recargas de celulares pré-pagos feitos por meio das máquinas de cartão, o consenso é de que o carregamento por meio do cartão físico, em papel, vai acabar. Na Tim, por exemplo, o sistema de recargas on-line lançado em 2008, chamado de Tim PDV, que realiza transações de recarga por meio da própria rede GSM, representa 16% do total de recargas da operadora.
Desde o seu início até junho de 2010, o programa permitiu uma economia de 82 toneladas de papel e 13 toneladas de plástico, com a eliminação da produção de mais de 69 milhões de cartões de recarga para pré-pagos. Durante o mesmo período, houve redução de 68% na participação das vendas de recargas por meio de cartões físicos.
Novos negócios
Para atingir o crescimento de 45% em 2011 a estratégia da RV inclui também investimento de R$ 10 milhões em tecnologia e a entrada em novos negócios além da recarga de telefone. Um deles é um sistema de vendas de ingressos para parques de diversos tipos, já em fase de testes no estado do Rio de Janeiro, com o temático Rio Water Planet, em Vargem Grande. Os ingressos estão sendo vendidos por redes de drogarias como a Exata e Max. Outro novo sistema visa a venda de títulos de capitalização, para a qual uma parceria está em negociação.
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