jornal Brasil Econômico 21/01/2011 - Maeli Prado
Paralelamente ao esforço de inclusão da população de baixa renda no sistema financeiro, o Banco do Brasil tentará em 2011 ganhar terreno também em segmentos do mercado que não domina: clientes de poder aquisitivo maior e a região Sudeste. Das 600 novas agências a serem abertas neste ano que foram anunciadas ontem pelo banco, 100 serão da categoria "Estilo", o equivalente ao "Prime", do Bradesco e ao "Personnalité", do Itaú. "Haverá um investimento forte no Rio de Janeiro e em São Paulo", disse o presidente do BB, Aldemir Bendine. A instituição financeira possui 109 dessas agências e pretende dobrar sua atuação no mercado.
O investimento total na ampliação da rede de atendimento será de R$ 1 bilhão neste ano. Das novas agências previstas no plano de expansão, 250 serão tradicionais (aí incluídas as da categoria "Estilo"). "A ideia é abri-las nos 850 municípios de maior renda do país", apontou o executivo. O banco possui hoje uma participação de 21,2% no Sudeste (segundo colocado).
Na outra ponta, a da baixa renda, 250 agências batizadas de complementares serão abertas. Nesse caso, funcionários do banco trabalhariam em conjunto com os correspondente bancários no atendimento à população, que poderia inclusive abrir conta e tomar crédito nesses pontos de atendimento. Além disso, a bandeira de cartão de crédito para a baixa renda Elo, parceria do BB com o Bradesco e CEF, será lançada no primeiro trimestre, com taxas e tarifas mais atrativas.
Além dessas 500 agências, 100 postos de atendimento (agências de menor porte) também serão abertos no ano. Hoje, o Banco do Brasil possui cerca de cinco mil agências bancárias. "Em até cinco anos, queremos estar presentes em todos os municípios", disse Bendine.
Internacionalização
O executivo confirmou que o BB está em vias de fechar acordo para adquirir um banco nos Estados Unidos, dando prosseguimento ao seu processo de internacionalização. De acordo com ele, três instituições de médio porte da Costa Leste estão sendo analisadas, todas em cidades com muitos brasileiros, mas apenas uma será escolhida. "Não temos interesse na quantidade de clientes do banco, mas sim na sua plataforma tecnológica. Será nossa porta de entrada para o mercado americano. A expansão virá depois", disse.
Ele afirmou que em 60 dias a instituição concluirá uma "due dilligence" (análise da saúde financeira) que está realizando para concretizar o memorando de entendimentos que firmou recentemente com o Banco Espírito Santo (BES) para atuar na África. O banco português atua em sete países africanos.
O BB deverá atuar principalmente, segundo ele, em Angola e Cabo Verde, onde o BES é mais forte. "Os índices de bancarização nesses países são baixos, o que torna os mercados bastante atrativos", pontuou.
Recentemente, o Banco do Brasil adquiriu o argentino Banco da Patagonia, e já anunciou que pretende continuar sua expansão na América Latina.
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