28 de nov. de 2010

PARA GIGANTES DOS CARTÕES, REGULAÇÃO E CONCORRÊNCIA DEVEM DOMINAR A AGENDA EM 2011

portal Executivos Financeiros 25/11/2010 - Rafael Gregorio

Em painel sobre as tendências do mercado de meios eletrônicos de pagamento realizado hoje (25), em São Paulo, no 2º Fórum CardMonitor de Inteligência de Mercado, representantes de quatro das maiores empresas do setor concordaram em um ponto: o futuro passa pela regulação e pelo aumento na concorrência. Na síntese de Ivo Vieitas, presidente da Hipercard, “o que veremos nos próximos anos é uma indústria que passará por uma nova seleção natural”.

Além dele, o debate reuniu também Fernando Pantaleão, diretor de cartões do HSBC, Rômulo Dias, presidente da Cielo, e Leonel Andrade, presidente da Credicard. Sobre a eminente regulação, Andrade foi responsável por um mea-culpa da indústria: “a intensificação das demandas regulatórias não deixa de ser culpa nossa, porque num mercado crescente, que se expande 20% anualmente há quase duas décadas, às vezes se cometem exageros”. Segundo ele, a iniciativa deveria ter sido tomada antes para evitar a interferência de governos ou organizações. “Se você não faz, alguém faz por você. Inclusive em casa!”, afirmou, para risos do público.

Dias, cuja emissora realizou processo de IPO de R$ 8,4 bilhões em 2010 para atingir, segundo ele, 1,8 milhão de clientes comerciais e capacidade de processamento de 2 mil transações por segundo, prevê a proliferação da concorrência já em 2011: “vejo com bons olhos o movimento de abertura para múltiplas bandeiras”. Vieitas, da Hipercard, comparou a situação à de países desenvolvidos como a Inglaterra, “onde as pessoas já veem o cartão como uma uttility básica, a exemplo da água ou da luz”. Segundo ele, “a associação que pessoas e comerciantes estabeleciam entre emissoras e acquirers está se perdendo, e as empresas terão que se adaptar a margens mais reduzidas”.

Atender as classes emergentes e manter os lucros

Sobre a recente intervenção do Banco Central sobre os valores mínimos de pagamento de faturas de cartões de crédito – que não poderá ser inferior a 15% do saldo total da fatura –, Andrade e Dias comentaram que fazem parte dos movimentos de inclusão das classes emergentes. Para Andrade, “este é um dos maiores desafios da indústria. Precisamos ficar atentos e oferecer novos produtos em condições capazes de incluir estas populações sem incorrer em aumento de riscos”.

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