jornal Brasil Econômico 29/11/2010 - Cintia Esteves
Depois de atingir a marca de 750 lojas, a Máquina de Vendas acha que tem porte suficiente para administrar seu próprio dinheiro. A companhia formada por Insinuante, Ricardo Eletro e City Lar, prepara-se para criar uma financeira. "Não queremos mais depender só dos bancos. Precisamos captar dinheiro mais barato no mercado", diz Luiz Carlos Batista, presidente do conselho da Máquina de Vendas.
A empresa está negociando com Bradesco, Itaú, HSBC e Santander. A escolha do sócio financeiro será definida até o final do ano. "Vamos fazer uma sociedade, mas ainda não definimos os termos. O importante é que teremos um banco por trás, o qual avaliará o risco de crédito", afirma Batista. Atualmente, 80% das vendas da varejista, com previsão de faturar R$ 5,5 bilhões em 2010, são feitas a prazo.
Investimento
Como explica Juliana Campos, analista de varejo da Ativa Corretora, ter uma financeira própria é bastante vantajoso. "A empresa não tem que se preocupar em descontar seus recebíveis (pagamentos a prazo) no mercado. Ela pode fazer isso dentro de casa", diz. Mas a especialista alerta que a empreitada exige um investimento considerável. "Existe a necessidade de se fazer um aporte de capital das duas partes, tanto do banco como da varejista."
O caminho traçado pela Máquina de Vendas é comum entre os grandes da área. O grupo Pão de Açúcar tem 50% da FIC, financeira em sociedade com o Itaú. Após fundir sua bandeira Ponto Frio com a Casas Bahia — que tem parte da carteira de crédito nas mãos do Bradesco—, o supermercadista chegou a conclusão que só poderá trabalhar com um dos bancos. Agora, Itaú e Bradesco brigam pra ver quem conseguirá financiar as vendas do maior varejista do pais. No terceiro trimestre deste ano, a FIC atingiu uma participação de 15% nas vendas do grupo, somando 7,4 milhões de clientes. Agora a companhia concentra esforços para aumentar este percentual.
A Lojas Americanas é outra varejista que financia seus clientes em casa. A Financeira Americanas Itaú (FAI) terminou o terceiro trimestre com 2,7 milhões de cartões emitidos e R$ 944 milhões em recebiveis. A participação dos cartões da FAI chegou a 15% das vendas da Lojas Americanas no final de setembro deste ano.
O Itaú também é parceiro do Magazine Luiza, que iniciou as operações da Luiza Cred em 2001 financiando as compras dos consumidores por meio do carnê. Hoje a financeira da empresária Luiza Helena Trajano oferece diversos serviços como seguros, empréstimo consignado, cartão de crédito, entre outros.
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