jornal Diário do Comércio 16/07/2010 - Vanessa Rosal
O clássico jogo Banco Imobiliário, fabricado pela empresa Estrela e presente no mercado desde 1944, está cada vez mais próximo da vida real. Em 2010, a empresa aposta na tendência de aumento na utilização dos cartões de débito e crédito – que já levam vantagem na comparação com o uso do dinheiro em papel. As crianças poderão aprender a nova forma de pagamento com o Super Banco Imobiliário, que tem como objetivo ensinar os jogadores a partir de oito anos de idade a lidar com o dinheiro de plástico.
De acordo com o presidente da Estrela, Carlos Tilkian, a expectativa é que 120 mil unidades do jogo sejam vendidos até o final do ano, a um preço médio de R$ 130. As nove versões anteriores, incluindo o Banco Imobiliário Sustentável, que transaciona crédito de carbono ao invés de dinheiro, continuam nas prateleiras do varejo. "Esperamos aumentar nossas vendas em 15% este ano em relação a 2009, quando faturamos R$ 118 milh ões." Este ano, a empresa anunciou 280 lançamentos, 60 a mais do que no ano passado.
Parcerias – Para desenvolver a tecnologia da máquina de cartões, foram investidos R$ 3 milhões, valor adquirido junto a sete empresas parceiras no jogo: Mastercard, Vivo, Itaú Unibanco, TAM Viagens, Nivea, Ipiranga e Fiat. As marcas das companhias aparecem estampadas no tabuleiro e é possível adquirir ações de cada uma delas, além dos já tradicionais imóveis.
"O segmento de jogos ocupa cerca de 25% do nosso faturamento, e por isso foi o escolhido para trazer a máquina de cartões", disse Carlos Tilkian, presidente da Estrela.
Para a Mastercard, responsável pela substituição das cédulas por uma máquina semelhante à de verdade, os meios eletrônicos de pagamentos são mais convenientes, seguros e facilitam a vida das pessoas. "Além disso, nos atraiu muito no projeto a possibilidade de promover uma educação financeira, de consumo consciente", diz a vice-presidente de marketing da empresa, Cristina Paslar.
Educação – O jogo traz um encarte com elementos para que as crianças possam, de maneira divertida, aprender conceitos de administração financeira, contabilidade e de como poupar. "Desta maneira, é possível que estas questões façam parte do cotidiano da criança, permitindo a utilização do jogo como um instrumento de educação financeira", completa a executiva.
Segundo a diretora de marketing de negócios do Itaú Unibanco, Cristiane Magalhães, a empresa também enxerga no Super Banco Imobiliário uma grande oportunidade de se aproximar do público mirim – orientando, de forma lúdica, o uso consciente do crédito. "É possível passar a mensagem de que o dinheiro é um recurso escasso e que as decisões envolvendo seu uso – compra, investimento e poupança – refletem diretamente no sucesso que o jovem terá na profissão, com a família e em seus sonhos de consumo."
Uma informação importante utilizada durante a elaboração do brinquedo foi relacionada ao crescimento real do uso de cartões de crédito e débito no Brasil: não são apenas os pais de classes mais altas que trocaram o dinheiro pelo plástico. Um estudo da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e da Ipsos, divulgada em junho, aponta que o uso de cartões nas classes C e D/E aumentou entre 17 e 20 pontos percentuais entre 2009 e 2010.
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