jornal Brasil Econômico 08/07/2010 - Carolina Pereira
O aumento da concorrência no pagamento eletrônico e as novas regulamentações em vigor no mercado deixaram os fabricantes máquina de cartão, chamada de POS (Sigla para ponto de venda, em inglês), otimistas quanto ao crescimento das vendas no Brasil.
Mesmo com a possibilidade de o lojista manter apenas um aparelho que aceite diferentes bandeiras (como Visa e MasterCard, por exemplo), fornecedores acreditam que outros fatores irão impulsionar o aumento das vendas de terminais no país, que tem 2,7 milhões de POS em funcionamento credenciados pela Cielo e Redecard.
Esse é o caso da americana Verifone, que pretende recuperar o declínio de 15% na receita ocorrido no ano passado e crescer 30% em relação a 2008.
De acordo com Heman Molina, presidente da empresa, a concorrência acirrada entre as empresas chamadas de adquirentes, como Redecard e Cielo, vai fazer com que elas ofereçam mais serviços para atrair os lojistas, como a possibilidade de fazer recarga de celular pelo POS ou atuar como correspondente bancário, possibilitando o pagamento de contas, por exemplo. "A partir de agora existirão novas alternativas e produtos e serviços mais diferenciados. Os terminais antigos não atendem essas novas características do mercado", diz. A junção de todos os pagamentos em uma máquina também pode demandar a troca por outro com mais memória.
Por isso, de acordo com o presidente, os estabelecimentos precisarão de máquinas novas, com mais funcionalidades, o que justifica a expectativa de crescimento nas vendas da Verifone. Outro fator que Molina aponta como impulsionador das vendas de POS é o fato de "bancos saírem da retaguarda e passarem a ter um papel importante nesse mercado". Para ele, o envolvimento de instituições como o Santander, que fez uma parceria com a GetNet também vai credenciar os estabelecimentos, também vai impulsionar o crescimento do número de máquinas no Brasil.
Atualmente a filial brasileira da Verifone é responsável por 15% do faturamento total da empresa, que teve receita de US$ 240 milhões no segundo trimestre desse ano, crescimento de cerca de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é que, durante todo o ano de 2010, a receita atinja US$ 970 milhões.
Outra fabricante de POS, a brasileira Perto, também está otimista com o mercado nacional. Em novembro de 2009, a empresa decidiu ampliar sua atuação no setor varejista e investiu US$ 9 milhões na criação de um departamento especializado na produção de máquinas de cartão. A empresa começou a atuar no mercado de POS em novembro do ano passado e tem capacidade de produção de 100 mil máquinas por ano.
Segundo Cristiano Porto, gerente geral da área de POS da Perto, a expectativa é comercializar 50 mil máquinas até o final do ano e, em 2011, chegar a 200 mil. No ano que vem, cerca de 15% do faturamento, que em 2009 foi de cerca de R$ 270 milhões, virá da divisão de máquinas de cartão.
Grandes terão que trocar aparelhos
A Gertec, brasileira que vende apenas os terminais chamados de Pin Pad, aqueles conectados ao computador usados pelos grandes varejistas, também espera que as mudanças no mercado sejam positivas para as vendas. Nesse sistema, todas as transações já eram feitas em uma única máquina, integrada ao software de pagamento, mas o novo sistema que deverá ser utilizado por conta da integração das vendas para diferentes bandeiras pode demandar um terminal mais potente, com mais memória, acarretando na troca das máquinas, segundo Marcelo Taramai, gerente de canais da Gertec.
As empresas que podem utilizar esse sistema são aquelas que não estão cadastradas no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples). Mesmo utilizando apenas um terminal, eram obrigadas a pagar pelas licenças de várias bandeiras, como Visa e Mastercard, por exemplo.
Segundo Taramai, o Pin Pad custa cerca de R$ 600 e pode ser mais barato para as empresas que adquirem mais de um.
A Gertec faturou ao longo do ano passado aproximadamente R$ 45 milhões e, em 2010, quer crescer acima da sua expansão em 2009.
Na metade deste ano, a empresa já atingiu cerca de 70% desse valor em faturamento. A companhia tem clientes como a rede varejista Carrefour, O Boticário, Burguer King e PB Kids, entre outros.
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