jornal DCI 09/07/2010 – Panorama Brasil
Na primeira semana do fim da exclusividade entre credenciadores e bandeiras, 4,56 milhões de transações com os cartões da Visa e da MasterCard trocaram de credenciador. As máquinas da Cielo, que antes só aceitavam Visa, registraram 2,21 milhões de transações com os cartões da MasterCard. Já as máquinas da Redecard tiveram 2,35 milhões de operações com a Visa, no período de 1º a 7 de julho.
Os dados mostram que quem se deu melhor em valor absoluto foi a Redecard, que ficou com 52% das transações que mudaram de mão. Já a Cielo, que ficou com 48% das transações, informou que conseguiu capturar mais transações com a MasterCard - considerando a participação de mercado da bandeira de 40% - do que a concorrente com a Visa, conceito chamado de fair share.
No primeiro dia do fim da exclusividade, em 1º de julho, a Cielo fez 205 mil transações com a MasterCard e diz que esse número tem aumentando dia a dia. Já a Redecard informou ter feito 264 mil com a Visa. Segundo as duas empresas, não houve problemas nas operações e todas as transações foram aprovadas. O lojista não precisou fazer adaptações, já que as maquininhas que fazem a leitura estavam pré-habilitadas. Bastava fazer a primeira operação com o cartão de uma outra bandeira que ela ficaria configurada para aceitar a marca. Com a Visa, a Redecard já conta com 18 bandeiras em seu portfólio. A Cielo tem quatro (MasterCard, Visa, Amex e Aura).
Nestes primeiros dias de mudança, a adesão foi cercada de cautela dos lojistas, segundo a Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), pois muitos ainda aguardam as reações do setor para assim escolherem ou não a eliminação das máquinas adicionais. Mas as empresas adquirentes vêm tranquilizando o comércio, pois alegam que o sistema é totalmente seguro, isentando os lojistas de grandes conflitos.
A mudança no mecanismo dos cartões é feita a distância, sem necessidade de troca de equipamentos, bastando apenas que o lojista entre em contato com as empresas credenciadoras das bandeiras de cartão e relate que deseja recebê-las em suas máquinas. Algumas redes de grande porte optam por ter seus próprios equipamentos, mas caberá a estas arcar com as despesas de atualização de software e manutenção, entre outras medidas.
"Este novo momento vivido pela indústria de cartões de crédito e débito é a porta de entrada para diversos benefícios na relação consumidor-lojista, pois ajuda a estimular o aumento da concorrência entre as principais empresas do setor; tende a diminuir as tarifas cobradas habitualmente e facilita o repasse de menores preços no varejo", destaca o presidente da entidade, Nabil Sahyoun.
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