portal InfoMoney 28/07/2010 - Evelin Ribeiro
Para incluir parcela importante dos novos consumidores brasileiros é preciso convencer que vale a pena abrir conta em banco, deixando de fazer operações financeiras de maneira “não-bancarizada” (Sérgio Goldstein, da S Goldstein Consultoria).
Bancos e operadoras de telefonia móvel estão atentas à tendência mundial do uso do celular para aproximar população de menor renda dos serviços bancários.
Principal questão a ser trabalhada: a educacional.
Outra questão a ser estudada: produtos direcionados a clientes dessa faixa de renda que sejam rentáveis tanto para bancos quanto para operadoras.
Mostrar para a população das classes C e D que vale a pena abrir uma conta no banco, deixando de realizar o pagamento de suas contas e demais movimentações financeiras de maneira“não-bancarizada”, pode se configurar em um dos principais desafios para a inclusão de parcela importante dos novos consumidores brasileiros.
Para o sócio-diretor da S Goldstein Consultoria, especializada em Mobile Money, Sérgio Goldstein, os bancos e as operadoras de telefonia móvel que atuam no Brasil já estão atentas à tendência mundial do uso do celular para aproximar a população de menor renda dos serviços bancários.
“A principal questão a ser trabalhada é a educacional. O consumidor vai precisar saber que existe um serviço bancário, pelo celular, que realmente agregue valor, que para ele valha a pena abrir uma conta, pagar tarifa mensal”, declarou Goldstein.
Segundo o especialista, a outra importante questão a ser estudada pelos atuantes no mercado é como desenvolver produtos direcionados a clientes dessa faixa de renda de maneira que seja rentável tanto para os bancos quanto para as operadoras. A consultoria vai reunir, em agosto, as principais atuantes do setor financeiro e das telecomunicações no congresso Mobile Money Brasil, para debater os próximos passos para ampliação da bancarização via celular no País.
O celular
Goldstein lembra que mais de 30 milhões de consumidores ascenderam à Classe C nos últimos anos, e grande parte deles ainda não têm conta corrente. “Mas eles têm suas necessidades financeiras, como pagar contas, poupar dinheiro. É preciso haver produtos para essa categoria, e é isso que os bancos começam a ver”, comentou.
Nesse contexto, as operadoras de telefonia começam a se aproximar, pois o celular no Brasil já possui quase 100% de penetração, inclusive entre a população de baixa renda. “Aqui, o celular pode ser um dos melhores instrumentos para a bancarização, pois o canal de atuação, de relacionamento com o banco, já está na mão do usuário”, acrescentou Goldstein.
Iniciativas
O especialista citou como exemplos positivos iniciativas como a parceria do Bradesco com a Vivo e a Oi, na qual a tarifa mensal da conta corrente é devolvida ao consumidor em forma de crédito para ligações no celular pré-pago. A Oi também possui, focado nas classes C e D da região Nordeste do País, um serviço chamado “Oi Pago”, que funciona como um cartão de crédito para realizar compras nos estabelecimentos previamente cadastrados.
“Isso é muito positivo porque antes as iniciativas eram apenas da cadeia financeira e hoje a operadora de telefonia aparece como um novo player. Assim como as transações pela internet reduzem os custos aos bancos, o celular pode funcionar da mesma maneira, mas é preciso desenvolver cada vez mais produtos que atinjam um volume expressivo de usuários e, assim, remunerem as empresas de maneira satisfatória”, completou Goldstein.
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