23 de jul. de 2008

COMÉRCIO DISCUTE SAÍDAS PARA VENDAS COM CARTÃO

jornal Diário do Comércio (SP) 16/07/2008 - Neide Martingo

O comerciante, hoje, pensa duas vezes antes de fazer uma venda com cartão de crédito. A afirmação é do assessor de relações institucionais do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo, o Sindilojas, Marcos Antônio Galindo. As despesas para manter o serviço são muito altas, diz ele. "Os micros e pequenos comerciantes já buscam outras alternativas para fazer negócio, como os cheques e pensam, até mesmo, em adotar a antiga caderneta, na qual as compras eram anotadas", conta.

Segundo Galindo, o "aluguel" cobrado pelo uso das maquininhas que registram o pagamento chega a R$ 110 por mês. Para receber, o lojista tem de abrir conta em diferentes bancos; e mantê-las custa caro. Além disso, o prazo para o montante ser depositado chega a 40 dias, se a compra for feita com cartão de crédito. As taxas variam de 3% a 6%. Os custos para manter a venda com cartão, segundo Galindo, atingem 15% da receita mensal.

Para mudar isso, o assessor do Sindilojas está tentando negociar com as empresas de cartão. A RedeCard ofereceu desconto de 50% no aluguel da máquina até o final de julho. Já a VisaNet não respondeu à solicitação do Sindilojas, que defende o projeto de lei 213/2007, que trata das vendas com cartão de crédito – a Fundação Procon considera as operações com cartão de crédito como pagamento à vista. Enquanto não ocorrem as mudanças, algumas lojas resolveram não trabalhar com cartão de crédito. É o caso de uma comerciante de Perdizes, zona oeste de São Paulo, que prefere não se identificar.

União – Ontem à noite os representantes da Comissão de Varejo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) se reuniram em busca de soluções. "É preciso conciliar os interesses dos varejistas com os das empresas de cartão. A Associação Comercial será a intermediadora da conversa. As taxas praticadas são como um vírus que vai tomando conta do negócio", diz o diretor e coordenador da comissão, Nelson Felipe Kheirallah. "A reunião foi o pontapé inicial para os associados participarem e oferecerem sugestões".


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