Para dar conta do crescente volume de crédito e do aumento do número de cartões de crédito, os bancos brasileiros estão investindo fortunas para turbinar seus sistemas de informática responsáveis pelo processamento das transações. Caso esse investimento não seja feito, há um risco de que, a curto prazo, as redes não suportem a quantidade de operações.
Os bancos sabem desse risco, mas já tomaram precauções. Uma delas foi a contratação de consultorias especializadas em TI (tecnologia da informação). Elas estão ajudando nessa empreitada que pode ser comparada a uma cirurgia cardíaca realizada em um paciente que não tomou anestesia, porque precisa continuar consciente e ativo. Afinal de contas, as transações continuam acontecendo e os bancos não podem desligar o sistema para atualizá-lo.
Por esse motivo, o procedimento é arriscado e complicado, principalmente nas redes por onde trafegam as transações realizadas por cartões de crédito. No sistema de empréstimos é um pouco mais fácil porque existem alguns dias entre a solicitação de um empréstimo e a liberação dos recursos.
A brasileira DTS Consulting é uma das principais consultorias envolvidas nesse processo. A empresa está prestes a anunciar um contrato exclusivo com a americana CSC (Computer Sciences Corporation), líder no setor de tecnologia da informação com faturamento anual de US$ 16 bilhões, para lançar no Brasil o Hogan.
Trata-se de um produto de internet (como se fosse um programa de computador) que funciona em tempo real para suportar operações de crédito, empréstimos, além de gerenciamento de contas correntes.
Na prática, faz com que as informações trafeguem com mais rapidez, possibilitando que mais operações sejam realizadas instantaneamente.
"Em seis anos, o número de cartões de crédito quase dobrou. As transações cresceram exageradamente num curto espaço de tempo e os bancos e administradoras de cartões precisam criar formas para que seus sistemas suportem essas operações", diz Fernando Parra, presidente da DTS Consulting.
Sua empresa está totalmente focada no setor bancário. Entre os 50 maiores bancos da América Latina, a DTS tem 46 como clientes atuando em sete países do continente. Seu faturamento é de R$ 250 milhões e, com esse novo produto, eles pretendem crescer, pelo menos, 50% neste ano.
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