jornal DCI 25/04/2011 - Marcelle Gutierrez
O mercado de seguros deve seguir o mesmo desempenho positivo do sistema financeiro em 2011. A projeção de faturamento das seguradoras é de atingir R$ 201 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 12,1% em comparação com 2010, de acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg).
Os segmentos que mais devem crescer são o rural (20%), habitacional (18%), riscos especiais (15%), vida e acidentes (15%), automóvel (11%) e responsabilidades (10%), segundo a CNSeg.
Para o presidente da confederação, Jorge Hilário G. Vieira, este ano terá aumento por conta do consumo, Produto Interno Bruto (PIB) e dos grandes desafios econômicos do Brasil. "O ano passado já foi bom e para 2011 estamos provendo um aumento sustentável. Observamos o crescimento do seguro de garantia para obras de engenharia, crédito para exportação, previdência aberta, seguro de vida, seguros para automóveis e expansão de seguros populares para atender uma camada da população que antes não tinha acesso." Vieira acrescentou o crescimento de seguros para atender as obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
O aumento do faturamento das seguradoras devido às novas modalidades também é uma das justificativas para David Nigri, advogado tributarista e articulista sobre o mercado de seguros. "O brasileiro começa a se conscientizar da importância do seguro e há as novas modalidades, como os microsseguros para as classes C e D e seguros para micro e pequenas empresas."
No que se refere a prêmios e liquidação de sinistro, dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) revelam faturamento de R$ 16 bilhões em prêmios diretos no primeiro bimestre de 2011. Em sinistro, o valor chega a R$ 4,8 bilhões.
De acordo com o presidente da CNSeg, o valor total de liquidação de sinistros em seguros residenciais e comerciais em 2011 pode subir por conta das enchentes no início do ano, que aconteceram na Região Serrana do Rio de Janeiro e em outras localidades. Contudo, o fato não deve impactar o valor dos prêmios.
O grupo Bradesco Seguros lidera o mercado de seguros, com 25% de participação, segundo a Susep. Em prêmios diretos, a companhia registrou no primeiro bimestre R$ 2,8 bilhões. Já o valor de sinistros diretos, na somatória do Bradesco Auto, Bradesco Seguros e Bradesco Vida e Previdência, chegou a R$ 629,3 milhões.
Já o grupo Itaú Seguros, teve total em prêmios diretos nos meses de janeiro e fevereiro de R$ 2,7 bilhões. Em sinistro, o valor foi de R$ 744,1 milhões.
O grupo Santander Seguros registrou em janeiro e fevereiro de 2011 R$ 1,07 bilhão em prêmios e R$ 77 milhões em sinistro. No primeiro bimestre, a Sul América atingiu R$ 501,3 milhões em prêmios diretos. Em liquidação de sinistro, o valor é de R$ 402,7 milhões. Em 2010, o lucro líquido foi de R$ 614 milhões, o que representa crescimento de 48,5%, com índice de sinistralidade de 71, 1%. "A SulAmérica pretende crescer acima da média do mercado e superar os números conquistados no ano anterior", declarou Matias de Ávila, vice-presidente Comercial da Sul América Seguros e Previdência.
Para o vice-presidente, o contínuo crescimento da economia brasileira gera grandes oportunidades. "Vale destacar a força das pequenas e médias empresas e o aumento da classe C. As pequenas e médias empresas demandam por seguros empresariais de diversos tipos, além de seguro de saúde e de planos de previdência. Esta fatia tem representado um grande crescimento para a companhia", diz Ávila.
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