2 de jul. de 2008

YAMADA INICIA ENTRADA NO INTERIOR DO PARÁ

jornal Gazeta Mercantil 30/06/2008 - Etiene Ramos

O grupo Y.Yamada, fundado por japoneses que chegaram ao Pará em 1931, tem muito mais a comemorar que o centenário da imigração japonesa no Brasil. Líder no Estado, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2008, a rede Y.Yamada faturou R$ 1,1 bilhão no ano passado. São 15 lojas de supermercados e o restante são lojas de departamentos e de eletrodomésticos e móveis. Ao todo, o grupo tem 33 lojas, trinta delas no Pará e três no Amapá, que somam 80 mil m de área de vendas. Com 16 lojas, a rede de supermercados Líder vem em segundo lugar, com um faturamento de R$ 998 milhões em 2007.

Depois de conquistar Belém e sua região metropolitana, o Yamada prepara agora uma ofensiva rumo ao interior. A primeira loja foi aberta em Barcarena, na Vila dos Cabanos, onde moram os empregados da Albras, do grupo Vale do Rio Doce. Até 2012, a previsão é abrir lojas em mais dez municípios, com investimentos da ordem de R$ 83 milhões. Ainda este ano, serão entregues as unidades de Castanhal, com 22 mil m de área construída e 10 mil m de área de vendas, onde foram investidos R$ 12 milhões. O maior aporte, de R$ 16 milhões, será na loja de Santarém, prevista para 2011. Os investimentos serão realizados com recursos próprios e com bancos de desenvolvimento como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco da Amazônia S.A. (Basa).

Presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas) e vice-presidente administrativo-financeiro do grupo Yamada, Fernando Yamada, diz que a associação vem desenvolvendo no setor uma preocupação em oferecer o melhor para o cliente, que não é mais disputado pelas grandes redes como o Pão de Açúcar e o Bompreço, do Wal Mart, que deixaram o Pará há cerca de 15 anos. Com a aquisição das lojas desses grupos, a Yamada e o Líder cresceram e hoje disputam o mercado com folga - a terceira colocada no ranking da Abras, a rede Nazaré faturou R$ 313 milhões em 2007. "Belém está bem servida de supermercados e isso deve ter freado a vinda das grandes redes", analisa Fernando Yamada, assegurando que não temem a concorrência. "O cliente do Pará quando vai a São Paulo ou ao Rio de Janeiro, tem saudades das nossas lojas", completa.

A justificativa, segundo ele, é o tratamento mais humano que resulta de um relacionamento mais direto com os consumidores. "Os nossos diretores passeiam dentro das lojas que têm uma identidade e personalidade com a nossa alma", diz, revelando que 80% do seu público é formado pelas classes C, D e E.

O cartão próprio do grupo, que é aceito em 200 lojas do Estado e até por motoristas de táxi, tem 1,25 milhão de clientes e é operado por sua própria administradora, a CCCS, desde 1991. Com o crescimento do público do cartão "gente boa", o slogan que identifica de imediato a credibilidade do cliente, a oferta chegou aos adolescentes que ganharam independência com o cartão Yamada Young, assim como os trabalhadores informais que representam 27% dos clientes, e o Yamada Empresarial, para atender especialmente as pessoas jurídicas.

Com uma tendência à verticalização, a gestão, segundo Fernando Yamada, não é muito sofisticada e a simplicidade da gestão garante soluções dentro de casa. Após a morte do fundador, o japonês Yoshio Yamada, em 1973, a sucessão familiar foi natural e o sobrenome Yamada aparece em sete dos oito diretores do grupo que já é comandado pela quarta geração de descendentes que herdaram a promessa do avô de fazer pela terra o que ele não conseguiu fazer quando escolheu a Amazônia para se estabelecer.

A geração de empregos, que chega a 7.418 postos de trabalho, já é uma das respostas do grupo que é ainda o maior contribuinte de impostos do comércio do Pará.

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