Sem fazer barulho, a rede de supermercados Sonda está ganhando espaço no mercado paulista. Com 15 lojas em funcionamento, a empresa está com atitude das grandes: além do cres-cimento orgânico - está com cinco lojas em construção - acaba de adquirir uma rede de supermercados, Cobal. O valor do negócio não é revelado, mas com as três lojas hoje em funcionamento a empresa comprada já registra faturamento de R$ 140 milhões. "Quando aparece algo muito bom, vamos buscar. O objetivo do Sonda é crescer", afirma o diretor executivo da rede Roberto Longo Moreno.
Foram cinco meses de negociação. Por enquanto, apenas a loja do Arujá vai mudar de bandeira e virar Sonda. As outras duas, na Penha e em Guarulhos, vão manter a bandeira Cobal até que estejam dentro do padrão Sonda: lojas grandes, com piso de granito e ar-condicionado.
É assim, comendo pelas beiradas, que o Sonda vem ganhando espaço e chegou no ano passado a um faturamento de R$ 832,29 milhões e à 16 colocação no ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para este ano a expectativa é faturar entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. E a meta para o próximo ano, lançar ações na bolsa de valores.
De origem gaúcha, a rede abriu a primeira loja em São Paulo, em dezembro de 1980, em Jaçanã. Foi lá que funcionou sua sede até 1999. Desde então, está instalado em três andares do Conjunto Nacional, na capital paulista. É ali que o dia-a-dia da rede é decidido, desde remarcação de produtos, com base em pesquisas semanais nos concorrentes, até a negociação de pedidos feita com fornecedores que diariamente se reúnem numa sala: tudo eletronicamente, através de computadores.
A mudança, feita em 1999, não foi apenas de prédio. À época o Sonda tinha apenas três lojas e dava início a um processo de profissionalização, depois do assassinato de Vilmar, um dos quatro irmãos proprietários da rede. Alcides, casado com Terezinha Zaffari Sonda (da rede gaúcha que acaba de entrar em São Paulo, Zaffari) saiu da sociedade na mesma época - hoje, Ide e Delcir possuem 50% cada um das ações da empresa.
Foi quando Moreno entrou no Sonda. Advogado por formação, o executivo saía do Banco Boavista, onde realizava auditorias, para organizar a "empresa familiar com administração caseira".
Desde então, criou: o departamento de Recursos Humanos para o qual contratou Adélia Amaro, ex Pão de Açúcar; o departamento de marketing, com Júlio César Lopes, também ex-Pão e ex-Bradesco, e comprou a ala 21 da Volkswagen, um espaço de 100 mil m, onde foi instalado o Centro de Distribuição.
A primeira loja do grupo em vendas é a de São Bernardo. Faturou no mês de maio R$ 10,6 milhões. "Hoje, o Sonda já incomoda as grandes e incomoda pelo preço", afirma Moreno.
E vem fazendo isso mesmo sem departamento de não-alimentos, o grande trunfo das grandes redes para manter vendas em alta nos últimos anos. "Não temos escala para não-alimentos", diz o executivo.
Para superar a diferença está fechando parceria com uma varejista especializada em eletroeletrôncios. A idéia é dar um espaço dentro dos supermercados da rede para a empresa explorar a venda de equipamentos.
O mesmo vai ser feito com o segmento de drogarias. Por meio de acordo com a rede cearense Pague Menos. "Eles têm a expertise do negócio, não terão custos e nós receberemos uma participação sobre as vendas", explica Moreno.
E a empresa planeja ainda entrar no negócio de postos de gasolina. Shell, Esso e BR foram chamadas a fazer proposta de parceria. Até o final deste ano promete dar início ao projeto piloto em três de suas lojas.
E enquanto a francesa Carrefour ameaça iniciar a venda de produtos pela internet no Brasil, o Sonda já usa o canal há quatro anos. O Sonda Delivery faz 80 entregas por dia e em outubro vai aumentar a frota de caminhões para atender à crescente demanda de clientes pelo serviço online, que oferece preços iguais aos das lojas.
E a rede foi mais longe ainda. Na mesma época em que lançou a venda pela internet, inaugurou o Sonda Export, um serviço, que como o nome propõe, faz vendas para consumidores que moram fora do Brasil. "Está engatinhando. Não fazemos publicidade, mas há vendas todos os dias", diz Moreno. Clientes de 27 países recebem produtos da indústria brasileira com entregas feitas através da Fedex, UPS, DHL e dos Correios.
O cartão private label, que existe desde 2000 e possui mais de 60 mil unidades emitidas. Em outubro do ano passado a rede lançou o private label com a bandeira Mastercard - que já conta com 42 mil plásticos ativos - e agora vai começar a bandeirar pela Visa também.
A empresa contratou uma auditoria e o primeiro balanço auditado da rede de supermercados deve sair em 2009.
O negócio cresce e chama a atenção dos concorrentes. As três primeiras varejistas do ranking Abras (Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart) já manifestaram interesse em comprar o Sonda, segundo Longo. "A uma delas, Ide disse que dinheiro não mais o seduz", diz Moreno.
Mais do que alimentos
O executivo considera os irmãos empreendedores natos. Delcir, embora esteja sempre presente nos negócios da varejista, hoje se dedica mais aos negócios relacionados ao futebol.
Além do Sonda Supermercados, os irmãos são proprietários da DIS, empresa fundada há três anos e que possui o passe de mais de 50 jogadores de futebol.
Possuem também a Sonda Participações. Com atuação no mercado imobiliário possui mobilizados de mais de R$ 1 bilhão. É proprietária de quase todas as lojas onde funcionam os supermercados Sonda. É também o maior empreendedor do Shopping Anália Franco, na capital de São Paulo e proprietária de uma área em Macaé, no Rio de Janeiro, que corresponde a 8% do município.
Na Praia Grande, litoral paulista, a Sonda Participações vai construir um aeroporto de cargas. O projeto já foi provado pelo Ministério da Aeronáutica e agora a empresa está realizando o Estudo de Impacto Ambiental para buscar aprovação do Ministério do Meio Ambiente.
Na mesma área de 17 milhões de m além do aeroporto, a Sonda Participações vai construir armazéns em parceria com a Bracor Investimentos Imobiliários. "Pesquisas que fizemos mostraram uma vocação para os setores farmacêutico, eletroeletrônico e de computadores."
Um comentário:
ridiculo o tamanho desta letra! Nem dá pra ler direito :@
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