portal G1 29/11/2011 - Aluísio Alves e Guillermo Parra-Bernal (Reuters)
Um melhora agressiva dos índices de eficiência. Essa é a principal aposta revelada pelo Itaú Unibanco para elevar a lucratividade do grupo que emergiu da fusão há três anos.
"A integração deu mais trabalho do que o esperado... agora para 2012 e 2013, esse vai ser nosso projeto central", disse o presidente-executivo do grupo, Roberto Setubal, a investidores nesta terça-feira, referindo-se à meta de levar o índice de eficiência operacional dos atuais 47,9% para 41% nos próximos dois anos.
O índice em questão mede quanto da receita o banco gasta com clientes. Assim, quanto menor, melhor a eficiência. Pelos cálculos do executivo, se tal nível fosse alcançado hoje, isso representaria um acréscimo aproximado de cerca de R$ 3 bilhões ao lucro anual do banco, que atualmente gira em torno de R$ 14 bilhões.
Entre outros fatores, o plano inclui redução agressiva de custos com correios, call center e marketing, além de melhora operacional das agências e unificação das plataformas de cartões de crédito.
Para Setubal, esse mix vai ajudar o grupo a entregar resultados crescentes de lucro por ação, independentemente dos desafios macroeconômicos que virão nos próximos anos -entre eles a possibilidade de intensificação dos efeitos da crise européia sobre a economia brasileira.
A previsão do Itaú é de que a economia brasileira crescerá cerca de 3,5% no ano que vem e que a taxa básica de juros recuará para 9% até o final do período. Ainda assim, a perspectiva é de desaceleração das operações de crédito, ante um ritmo de cerca de 20% esperado para este ano.
O raciocínio é que as margens tendem a cair um pouco, à medida que o banco se concentra em linhas mais seguras, que proporcionam menores spreads, porém com menores riscos de calotes.
Em setembro, o Itaú tinha um índice de inadimplência com mais de 90 dias de 4,7% da carteira, a maior dentre os grandes bancos de varejo. Segundo Setubal, indicadores antecedentes agora indicam melhora.
"Não há tendência de deterioração... temos confiança de que o que vem pela frente é melhor", disse.
AQUISIÇÕES
O executivo reiterou os planos de expansão internacional do grupo na América Latina (com especial interesse na Colômbia) e, eventualmente, nos Estados Unidos. Não há planos nesse sentido para Europa, Ásia, África e Oriente Médio.
No mercado doméstico, Setubal afirmou à Reuters que a disputa pela Losango, braço financiamento ao consumo do HSBC, não está nos planos do Itaú.
"Não estamos na (disputa pela) Losango", afirmou.
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