16 de set. de 2010

VISA PREVÊ RECEITA DE US$ 81 BI COM CARTÃO PRÉ-PAGO NO BRASIL

jornal DCI 15/09/2010 - Ernani Fagundes

A Visa projeta faturar no Brasil aproximadamente US$ 81 bilhões em movimentação com cartões pagos até 2012, ou 27,5% dos US$ 300 bilhões estimados para América Latina e Caribe, segundo declarou o diretor de cartões pré-pagos da América Latina e do Caribe, José Coronel. De acordo com o executivo da Visa, o Brasil representa cerca de 70% do movimento na região da América Latina e do Caribe.

"O Brasil é uma grande oportunidade para o pré-pago. O crescimento tem sido consistente nos últimos seis anos. O pré-pago tem apresentado a forma mais rápida de crescimento", afirmou o diretor global de pré-pagos da Visa, Brian Triplett.

Números gerais

De acordo com dados divulgados ontem por ele em São Paulo, os cartões pré-pagos da Visa devem movimentar US$ 3 trilhões dos US$ 8 trilhões processados como meio de pagamento em todo o mundo em 2012.

Para atingir essa marca vertiginosa até 2012, a Visa está investindo na formação de gerentes de programas (manager program) que atuaram com parcerias no varejo para o consumidor com cartões General Purpose (GP) e Gift (presente), com soluções junto a emissores financeiros e de olho em programas governamentais de pagamentos de benefícios.

"Liderança não se faz só com marca, mas também com produtos e serviços. Temos uma série de planos no segmento do pré-pago", declarou o presidente da Visa do Brasil, Rubén Osta, dirigindo-se a representantes do varejo e dos Correios.

O carro-chefe da bandeira no Brasil é o pré-pago Visa Vale, principalmente nas versões Refeição, Alimentação, Combustível e Cultura. "Já há três milhões de cartões Visa Vale", revelou o executivo José Coronel.

Ele explicou que o Visa Vale é administrado pela CBSS e emitido pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco. Além da CBSS, a Visa tem parceria com o Banco Rendimento, Banco Schahin e BancoConfidence no pré-pago Travel Money, utilizado por clientes em viagens internacionais.

Coronel comentou que a parceria entre o Banco do Brasil e o Bradesco na bandeira Elo não deve alterar o posicionamento de mercado da Visa.

"Para nós é um incentivo o mercado ter mais concorrência, nosso serviço tende a ser melhor, e no final o consumidor terá melhores oportunidades e alternativas. Para nós a competitividade é uma característica do mercado", declarou José Coronel.

O vice-presidente de Produtos ao Consumidor da Visa Estados Unidos, Andrew Meimes, disse que o cartão pré-pago em seu país avança entre os 80 milhões de americanos que não possuem conta bancária.

"O pré-pago ajuda as instituições financeiras a avaliar o potencial de crédito de futuros clientes", ressaltou Meimes, após informar que, depois do primeiro cartão pré-pago, cerca de 50% dos clientes americanos desbancarizados abrem conta nas instituições financeiras. "Nossos maiores concorrentes são o dinheiro e o cheque. Não é a Amex nem as grandes redes", diferenciou Meimes.

Crescimento maior

O VP destacou que o crescimento do pré-pago avança mais rápido que os cartões de débito. "É um cartão para todos os propósitos, recarregável, e o fator principal destacado pelo consumidor é o controle dos gastos", disse Andrew Meimes.

Ele considerou três canais para aumentar a venda de pré-pagos: varejo, internet e provedores de soluções financeiras (bancos).

De acordo com números divulgados pelo diretor global de pré-pagos Brian Triplett, o número de cartões pré-pagos ativos atingiu 135 milhões no mundo. Durante o Prepaid Forum, a Visa apresentou seus principais cases de pré-pagos pelo mundo, como: os cartões de auxílio pós-catástrofe distribuídos no Paquistão (2 milhões); os cartões de subsídios sociais implantados na República Dominicana (845 mil) e os cartões de benefícios sociais em 40 dos 51 estados americanos.

Balanço Global

A Visa informou em seu último balanço trimestral, fechado em junho de 2010, que os cartões de débito tiveram crescimento anual de 14%, de 925 milhões para 1,05 bilhão de cartões de débito. No mesmo período o volume de cartões de crédito recuou 3%, de 798 milhões para 774 milhões de unidades no mundo.

Nesse período, a Visa alcançou lucro de US$ 716 milhões, valor 0,4% superior aos US$ 713 milhões do trimestre fiscal anterior.

De acordo com o balanço, a região da América Latina e Caribe, que inclui o Brasil, faturou US$ 62 bilhões no trimestre fiscal encerrado em junho.

O valor é 6,9% superior aos US$ 58 bilhões faturados no trimestre anterior e 26% maior que igual período do ano passado, quando faturou US$ 49 bilhões registrados no trimestre fiscal encerrado em junho de 2009.

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