28 de set. de 2010

TAXA DE CARTÃO COMEÇA A CAIR

jornal Diário Catarinense 28/09/2010 – Alessandra Ogeda

A concorrência gerada com o fim da exclusividade entre bandeiras e credenciadoras de cartão de crédito já beneficia o setor varejista do país. O percentual de cada transação que fica com as empresas de cartão, chamado de taxa de retenção, caiu 35%, em média, no país desde as máquinas da Redecard passaram a aceitar Visa e os terminais da Cielo começaram a receber Mastercard em julho.

O dado foi divulgado ontem, na 51ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, que vai até amanhã, na Capital, pelo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro Júnior.

Em julho, segundo pesquisa da Federação do Comércio do RJ, a taxa média cobrada pelas administradoras sobre o valor das vendas era de 2,77%. A mudança deve reduzir em R$ 700 milhões a receita das credenciadoras, donas dos terminais eletrônicos ou pontos de venda (POS). Pellizzaro defendeu que os comerciantes pressionem a indústria de cartões e não paguem mais o aluguel das maquininhas – cada ponto de venda custa em torno de R$ 80 mensais aos lojistas.

Segundo ele, a próxima batalha envolverá os cartões de débito.

– O aluguel dos terminais está com os dias contados. Mas não tem sentido pagar um percentual de 2% nas vendas com cartão de débito, como agora. O correto seria um valor fixo por operação – argumentou ele.

O presidente da CNDL disse ainda que os varejistas devem “brigar” pela queda da taxa de retenção e para que sejam negociadas as taxa de antecipação – cobradas dos lojistas quando eles recebem o valor da venda para o cliente antes do período contratado com a empresa de cartão de crédito.

O especialista em marketing de varejo Nelson Barrizzelli destacou a redução de custos obtida pelos varejistas em outros países.

– O desafio do setor reside no fato de que tipos diferentes de empresas varejistas requerem financiamentos diferentes. No setor de alimentos, por exemplo, percebe-se a existência de um casamento perfeito entre financiamento e liberação de crédito, mas isso não ocorre em outras áreas.

Nos últimos oito anos, o custo do cartão de crédito para o varejista caiu, no exterior, de um patamar de 0,8% a 1,9% para atuais 0,3% – no caso do cartão de débito o recuo foi de 0,4% a 0,75% para 0,2%.

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