6 de abr. de 2011

MERCADO BRASILEIRO DE CARTÕES COMEÇA A EXPORTAR TECNOLOGIA

jornal Brasil Econômico 06/04/2011 – Thaís Folego

Com mais de 1,2 milhão de máquinas para captura de transações de cartões (conhecidas como POS), a Cielo está entre as maiores credenciadoras do mundo. Com a abertura do mercado de cartões, as atualizações nessas máquinas ficaram cada vez mais frequentes, uma vez que novas bandeiras estão entrando no portfólio da empresa a cada mês. Hoje, tudo é feito de forma remota e a companhia tem capacidade para fazer uma atualização em todo o parque em apenas dois dias.

Isso é possível porque todas as máquinas têm um único sistema operacional (browser) desde 2008, desenvolvido pela APPI. Com o case da Cielo, a empresa que há 19 anos era apenas uma companhia carioca de tecnologia, hoje está abrindo um escritório no México e prospectando clientes nos Estados Unidos. A companhia patenteou a tecnologia em 60 países, dos quais três (México, Austrália e África do Sul) já aprovaram o registro do brower. O processo está em fase final nos EUA e na China.

“A mudança de regulamentação nos EUA, que exige que credenciadores e lojistas troquem as máquinas, que têm um tempo médio de 20 anos, a partir de 2012 nos abriu uma janela de oportunidade”, diz Alexandre Pio, presidente da APPI. O executivo conta que como nos EUA o mercado de cartões é muito mais segmentado do que o brasileiro—lá, em muitos casos, o lojista é o detentor da máquina, e não o credenciador, como no Brasil —, a tecnologia facilitaria a atualização das máquinas de forma remota e uniforme, com redução de custos operacionais.

Case Cielo

Antes de usar máquinas com browser, a Cielo rodava 286 versões de softwares em suas máquinas, o que demandava tempo e pessoal para atualizar o parque. Isso, porque cada fabriante fornecedor de POS desenvolvia um software próprio para sua máquina. Desde 2008, são apenas quatro versões de aplicativos, usando sempre o mesmo browser. “Levávamos meses para fazer uma atualização em todo o parque. Hoje, temos capacidade para fazer isso remotamente em apenas dois dias”, conta Paulo Guzzo Neto, vice-presidente de tecnologia e operações da Cielo.

Para os cartões da recém-lançada bandeira de cartões Elo, por exemplo, as máquinas da Cielo estão preparadas desde outubro do ano passado. “Atualizamos todo o parque em menos de um mês. Isso ao mesmo tempo em que outras bandeiras estavam entrando em operação e expandindo a aceitação de American Express”, diz Guzzo.

Com a abertura do mercado de cartões brasileiro no ano passado, a APPI têm muitas janelas de oportunidades para aproveitar. Novos credenciadores — como as americanas Elavon (em parceria com o Citibank) e a Global Payments — estão chegando ao país e precisarão montar uma rede de captura.

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