25 de abr. de 2011

DÓLAR DO CARTÃO VARIA DE BANCO PARA BANCO

jornal Folha de S. Paulo 25/04/2011 - Toni Sciarretta

O dólar desceu a R$ 1,56, a menor cotação registrada em dois anos e meio. Mas poucos clientes pessoa física encontraram taxas, de fato, abaixo de R$ 1,60 no câmbio de moeda e nas faturas de seus cartões de crédito.

Cada instituição opera com uma taxa própria de conversão da moeda, que varia de acordo com condições pontuais de oferta e de procura. Se tem dólar sobrando, pode dar uma taxa menor também no varejo. Se falta dólar, pede mais.

Na terça-feira passada, antes do feriado prolongado, a menor taxa encontrada pela Folha foi de R$ 1,59 na Caixa Econômica Federal e no Itaú.

Todos os demais bancos estavam com cotações a partir de R$ 1,60 (veja o quadro ao lado). Nesse dia, o dólar comercial era negociado a R$ 1,576 e o dólar turismo, a R$ 1,63.

No cartão de crédito, as taxas utilizadas para fechar as faturas ficam no meio do caminho entre o câmbio comercial (usado nas grandes transações) e o turismo (para as pequenas operações).

No Banco do Brasil, a regra é pegar a taxa Ptax (média do Banco Central) do dia anterior e cobrar mais 2%, diz Denílson Molina, diretor de cartões do BB.
Os demais bancos não disseram como calculam suas taxas de conversão.

SURPRESA

O empresário Rogerio Luiz Nogueira, 36, de Londrina (PR), leitor da Folha, tem dois cartões de crédito -um American Express com vencimento no dia 5 e um Itaucard que vence no dia 6.

Para sua surpresa, as últimas faturas dos cartões utilizados em março vieram quase no mesmo dia, mas apresentavam taxas de câmbio bastante diferentes.

Na fatura do Amex, o dólar utilizado estava em R$ 1,72. Já na do Itaúcard, o valor era de R$ 1,66.

Em ambos os casos, a fatura do cartão de crédito tinha sido fechada na última semana do mês de março, quando o dólar comercial estava valendo entre R$1,65 e R$1,66 e o dólar turismo, entre R$ 1,72 e R$ 1,77.

"Ainda não tinha usado meu cartão American Express em compras internacionais pela internet", afirma o empresário. "Falei com a Amex, e eles disseram que tem um dólar próprio, cuja cotação fica próxima à do dólar turismo. Dólar próprio não existe e dólar turismo é para quem faz turismo", diz.

Para Nogueira, que utilizou os cartões de crédito para fazer compras, o correto seria utilizar o dólar comercial.

Questionada pela Folha, a Amex se limitou a dizer que Nogueira pode ter dinheiro devolvido caso a cotação do dólar no dia do pagamento seja inferior à do fechamento da fatura.

"Caso ocorra alguma variação da taxa de câmbio da data do fechamento em relação a data do pagamento da fatura, o ajuste, na forma de débito ou de crédito, é realizado nos meses subsequentes", afirmou a empresa por meio de nota.

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