jornal Valor Econômico 05/04/2011 - Justin Baer e Helen Thomas (Financial Times)
O Citigroup deu um passo a mais rumo à venda de sua divisão de crédito ao consumidor, ao obter pelo menos três ofertas de compra de cerca de US$ 2 bilhões apresentadas por grupos de participações.
As raízes da divisão remontam ao Commercial Credit, a base sobre a qual o ex-presidente do conselho administrativo do Citi, Sandy Weil, construiu seu império financeiro. Mas quando o banco separou divisões e ativos que não se encaixavam em sua estratégia pós-crise, a divisão - denominada até recentemente CitiFinancial - estava entre as destinadas para venda. Na semana passada pelo menos três consórcios de empresas de participações apresentaram ofertas de compra, na segunda rodada do leilão pelo qual o Citi ofertou a divisão, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. O banco realizará uma terceira rodada antes de pedir lances definitivos, disseram essas pessoas.
Um dos grupos englobava, entre outros, o Blackstone Group, o Carlyle e a Brysam Global Parners, o grupo administrado por Robert Willumstad e Marjorie Magner, ex-braços direitos de Weill, informaram essas fontes próximas ao negócio. A Clayton Dubilier & Rice e a Onyx formam o segundo consórcio, enquanto a Apollo Management e a JC Flowers participavam, entre outros, do terceiro grupo, disseram essas fontes.
Os consórcios apresentaram ofertas de compra que se aproximaram ou corresponderam aos US$ 2 bilhões pedidos pelo Citi pela venda, o valor contábil da divisão. Embora as ofertas chamem a atenção para a crescente demanda por divisões de crédito ao consumidor, muitos dos virtuais compradores continuam céticos quanto à sua capacidade de solucionar o principal desafio que desconcertou muitas instituições financeiras desde a crise: o de como custear uma empresa de crédito incapaz de atrair depósitos baratos.
Em agosto, o Fortess Investment Group comprou 80% do braço de crédito ao consumidor da AIG, a American General Finance, por uma parcela do valor contábil da divisão, de US$ 2,1 bilhões. A AIG registrou um prejuízo de US$ 1,9 bilhão sobre a venda.
A permanência da incerteza que cerca o custeio do CitiFinancial - e as expectativas de preço do Citi - fizeram com que pelo menos um comprador potencial, a Warburg Pincus, perdesse o entusiasmo pelo negócio. De sua parte, o Citi deu indícios de que estaria disposto a ajudar a custear a divisão por algum tempo depois da venda, disseram as pessoas consultadas.
O banco fechou mais de 300 agências do CitiFinancial, deixou de conceder empréstimos em 184 outras e rebatizou as 1.500 restantes de OneMain Financial. A divisão tem 2 milhões de clientes. A venda representará mais um afastamento em relação à estratégia abraçada por Weill, que transformou a Commercial Credit na maior empresa americana de crédito ao consumidor.
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