11 de ago. de 2011

MAIS DE 59% DOS BRASILEIROS QUE TÊM CARTÃO DE CRÉDITO SÃO DA NOVA CLASSE MÉDIA

portal InfoMoney 09/08/2011 - Fernanda de Moraes Bonadia

Em meio a transformações sociais, políticas e econômicas que o Brasil tem vivido nos últimos anos, uma grande parte da população conseguiu sair da pobreza e passou a integrar plenamente o universo do consumo, formando o que se chama hoje de nova classe média.

Esse novo grupo de brasileiros traz consigo características muito próprias, que o difere dos demais estratos sociais. Uma dessas particularidades diz respeito aos cartões de crédito, afinal, 59,1% de todas as pessoas que possuem os plásticos pertencem à classe C (outros 30,2% são da alta renda e 10,7% da baixa renda).

Em relação aos brasileiros que possuem conta em instituições financeiras o movimento é muito semelhante: 52,7% são da nova classe média. Em seguida vem os integrantes da alta renda, com 34,3%, e da baixa renda, com 13%.

Todos esses dados fazem parte de um levantamento feito pelo Data Popular e divulgado na última segunda-feira (8).

Computador em casa e internautas

O estudo ainda apontou o comportamento da classe C em relação à posse de outros bens e serviços, como o computador e a internet. Novamente, o grupo obteve destaque.

Enquanto 52,5% de todos os brasileiros que possuem computador em casa pertencem à nova classe média, apenas 36,4% são da alta renda e 11,1% da baixa renda. Já no caso do uso da web, 57,6% pertencem à classe C. A alta e baixa rendas, por sua vez, tiveram representatividade de 21,4% e 21%, respectivamente.

Investimento em educação

O investimento na educação dos filhos, segundo revela o estudo, já é percebido na classe C como a melhor estratégia de ascensão social. Para se ter uma ideia, 89% desses brasileiros acreditam que é o meio mais seguro para alcançar um bom futuro.

Além disso, 57% deles percebem que a escola pública está piorando em termos de qualidade. Em contrapartida, os integrantes da nova classe média percebem duas principais vantagens na escola particular:

Disciplina: possibilita que os pais acompanhem de perto os estudo dos filhos.
Segurança: algo que faz toda a diferença para uma mãe que passa o dia inteiro no trabalho.

Todos esses novos pensamentos e avaliações em relação à escola fazem com que haja uma nova configuração: de um total de 5,5 milhões de crianças que estudam em escolas privadas, 3,7 milhões são das classes C, D e E, o que representa mais de 68%.

Mundo virtual

O uso da internet também é outro fator que interfere no comportamento da nova classe média. Por terem mais acesso à informação, os internautas demonstram ter mais interesse por outras culturas e manifestações artísticas, que estimulam a criatividade. Além disso, eles têm mais noção de sustentabilidade e reciclam seus resíduos domésticos.

Na tabela abaixo é possível verificar os percentuais de internautas e de não usuários da web de acordo com algumas características e atitudes:




Sobre a pesquisa

Os dados foram levantados a partir de três frentes: pesquisa on-line com 16 mil pessoas, ouvidas em 26 estados e 251 cidades, no segundo trimestre de 2011; uma pesquisa nacional presencial com 5.003 brasileiros em 44 municípios, no primeiro trimestre de 2011; e, ainda, uma análise do histórico de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios) e da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Cada classe social foi dividida a partir da renda domiciliar per capital mensal, ou seja, a soma de todos os rendimentos da família dividida pelo número de integrantes. Assim, a classe A tem renda domiciliar média de R$ 14.203; a classe B, R$ 6.070; a classe C, R$ 2.295; a classe D, R$ 940; e a classe E, R$ 273.

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