11 de ago. de 2011

COLÔMBIA É O PRÓXIMO PASSO NA INTERNACIONALIZAÇÃO DO BB

portal Brasil Econômico 08/08/2011 - Ana Paula Ribeiro

O Banco do Brasil prepara mais um passo em sua estratégia de internacionalização. A instituição abrirá um escritório de representação na Colômbia e estuda a aquisição de um banco no país. Essa nova operação elevará para 24 o número de países que a instituição está presente.

A previsão é que a agência de Bogotá entre em funcionamento no início do ano que vem. Esse escritório servirá de suporte para o comércio bilateral. Além disso, na semana passada, o vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado, Allan Simões Toledo, afirmou, em Bogotá, que o banco analisa adquirir um banco colombiano.

Os nomes dos bancos que podem ser alvo dessa aquisição não foram relevados, mas o executivo afirmou que o perfil que interessa é o de um banco que esteja entre a quinta e décima posição no ranking local. "O BB está em um novo processo de internacionalização através de aquisições", disse na ocasião.

Em abril, o BB finalizou o processo de aquisição de 51% do argentino Patagônia. No mesmo mês, anunciou a compra do Eurobank, nos Estados Unidos. Além disso, o banco não esconde que além de Colômbia não descarta o interesse pelos mercados do Peru e Chile.

Esse processo de expansão, no entanto, desagrada alguns analistas. "Acho que é atirar para muitos lados. O banco tem problemas de capital, com uma Basileia muito estreita", explicou o analista da Lopes & Filho, João Augusto Salles.

Em março, o índice de Basileia do banco era de 14,1%, acima dos 11% exigidos pelo Banco Central. Mas a chegada a esse número só foi possível após a oferta de ações realizada no ano passado. Se o banco fizer uma aquisição de valor elevado, parte dessa folga será consumida.

Crédito

No mercado interno vê menos fôlego para continuar a crescer. O presidente da instituição, Aldemir Bendine, afirmou na última sexta-feira que as projeções para crescimento da carteira de crédito serão revistas para baixo. "A projeção é que a gente deva crescer numa faixa entre 15% e 17% a carteira de crédito como um todo", disse. A estimativa anterior do BB era de avanço de 17% a 20% na carteira de empréstimos em 2011.

De acordo com Bendine, as medidas anunciadas pelo governo no final do ano passado para conter a oferta de crédito estão sendo sentidas pelo BB em sua carteira de financiamentos a pessoas físicas. "Há um deslocamento da carteira de consumo mais para a carteira de investimentos e pessoa jurídica."

O executivo afirmou ainda que os índices de inadimplência da instituição estão constantes. Dos bancos que já anunciaram os dados referentes ao segundo trimestre, Itaú e Santander apresentaram elevação no índice de atrasos.

"Tradicionalmente a gente tem a menor (inadimplência) média do setor financeiro nacional. O que posso antecipar, sem fornecer dados, é que estamos com a inadimplência sem nenhum tipo de preocupação e está controlada", afirmou Bendine. O banco divulgará o seu balanço referente ao segundo trimestre na terça-feira (9/8).

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